segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Pode falar o que quiser, xingar como for, eu tenho plena consciência dos meus atos. Podes ter certeza que esses seus ataques não me levarão a crer de forma alguma que eu sou o que você diz. Eu sei o que eu faço ou deixo de fazer e não preciso de você pra me dar crédito algum por isso. Quando todos estão contra você, é a mim que recorre pois sabe do meu silêncio perante qualquer que seja seus atos. Mas na mesma facilidade sabe e vem me atacar com suas loucuras quando bem quiser. Mande-me embora como for, eu cansei de fazer defesa para alguém que não mostra merecimento algum. Cansei de ter orgulho de alguém que só está sabendo fraquejar e fracassar. É mais fácil você ir, pois eu não sou a única cansada aqui. E enquanto eu puder terás apenas meu silêncio e indiferença, mesmo que o respeito não seja mútuo, eu manterei o meu.


(Jamile Castro)
Há tempos que eu não tirava um tempo pra pensar no passado. Pra lembrar e relembrar. Sentir, rir, chorar. Foram tantas coisas em tão pouco tempo, coisas que parecem ter sido em outra época, outra vida. Mas dessa vez foi um modo gostoso de lembrar: conversando, rindo, buscando as partes boas, e encontrando o lindo no pior. Sentindo saudade, aquela saudade gostosa de um tempo que foi e não volta. Aquela pequena pitada de melancolia por não poder mais ter tantos daqueles momentos. Aquela alegria por ter tantos momentos hoje graças aos tantos outros daquele passado que antes era lembrado com um medo terrível, aquele medo de doer, de machucar, de ferir o coração. Hoje, não. A partir de hoje, as lembranças do que tivemos, do que fomos, dos amores que tivemos, são recordadas com grandes gargalhadas e um baita amor imenso no coração por tudo aquilo. Uma falta saciada pelo que toda aquela loucura nos tornou hoje. Comparações, foram tantas. Como foi, como fiz, porque era assim, e hoje como sou, o que mudou, tudo, tantas linhas, tantas páginas, tantos capítulos escritos, tantos esquecidos, tantos ainda por vir e aquela eterna reticências, sem jamais conseguir por o ponto final...


( J.C )

Constatação


Agora é se contentar com a realidade e viver para mim, não para ele. A situação a que me encontro daqui a pouco irá passar, só não posso ficar pulando etapas e fingindo que não estou sofrendo. Estou sim. Ainda tenho muito o que chorar, depois é só enxugar as lágrimas, andar mais alguns passos, e se for pra chorar de novo, tudo bem, vai chegar um dia que não vai ter mais importância. Agora se eu ficar guardando tudo dentro de mim, me fazendo acreditar numa realidade que não existe, só vai ser pior, porque são sorrisos falsos agora, e lágrimas torrenciais depois.
Chega um momento que a gente tem que aprender, não adianta só fugir. E tenho que expor toda a trajetória, deixar tudo bem claro e continuar seguindo, se ele preferir do jeito que está, o problema é dele - em parcela meu também, mas será o momento em que eu terei de deixar de agir pensando nele. Não adianta viver em função dele, se tiver de voltar, ele volta, não sou eu que vou forçá-lo a isso. Viverei a minha vida do meu jeito e do jeito que eu quero, isso está em primeiro lugar, ele vem depois. Sem mais nem menos.
Quando eu estou sem nada pra fazer, fico escutando aquelas músicas, vendo aqueles textos, as fotos... mas não choro, o que é incrível de certa forma, não vejo mais necessidade. Ou então procuro assistir alguma coisa que me distraia, um livro esquecido num canto... Mantenho a mente ocupada, mas eu tenho que me deixar sentir também, senão até quando eu vou ficar escondendo o que eu sinto? Até quando eu não vou me permitir pensar? Na verdade, não sei ao certo como estou, como me encontro. Só que vontade de chorar não tenho, e ficar com alguém me parece algo de outro mundo. E se me perguntarem se estou sofrendo, direi que sim, mas eu saberei que depois passará, é só por a maquiagem, pegar o salto e sair, ir se divertir; e se em algum momento pensar de novo e quiser chorar, chorarei, mas seguirei adiante.
Eu já estabeleci o meu limite perante ele. Há um círculo ao seu redor que eu não posso ultrapassar. Não estou afim de me desgastar com alguém que pouco demonstra depois de tanto ter demonstrado. Não sei mais de nada. Só me resta aquele famoso clichê de dar tempo ao tempo. E curtir o meu luto, porque o luto não é só quando alguém morre, mas quando a gente perde algo. Mais ou menos assim.

Nostalgia mescla angústia e dúvida, ow meu Deus -'


Pouco sei sobre para onde estou indo ou por onde devo ir, ou qual caminho seguir. Minhas emoções estão confusas, numa semana sinto-me bem, livre e, de certa forma, feliz; noutra, fico numa nostalgia e anseios estranhos, o coração aperta e não sei o que ele anda querendo me dizer.
Hora ou outra me pergunto por que o amor que me tiveram não pode permanecer como nele permaneceu. Que vidinha mais ou menos, não é? Quando tudo está indo tão bem, tem que ter alguma coisa pra dizer: "o sofrimento existe. Felicidade plena? Nem sonhe. A esperança vai permanecer, mas o amor, ah, o amor vai e vem, quem sabe depois, aprenda a viver sozinha - e esperando". Ou então, quando tudo vai mal, tem o amor, risos, e contradições. Quando o fim chega, o dito respeito e consideração que juram permanecer, vai se escorrendo pelo ralo. Não resta nada, há não ser certo desprezo, indiferença e vontade inconsciente de fazer o outro sofrer. Quem mandou não ser perfeita?
"Por que você não se lembra da razão pela qual me amou antes? Por favor, lembre-se de mim uma vez mais."
Fica cada vez mais complicado discernir a verdade da mentira, o que foi real da ilusão, o que restou do que ficou. Fica difícil entender ou sequer imaginar... Mas a gente vai vendo e acaba percebendo que, na real?, foi tudo mentira, ou quase tudo...

Às vezes o que eu vejo, quase ninguém vê.

— Legião Urbana


Caio Fernando Abreu

Caio Fernando Abreu

Sou o errado, contraditório, indefinível. Desvenda-me se for capaz.
— Garota do lago

Eu sempre achei que a vida sozinho era impossível. Mas agora vendo do jeito que vivo, percebo que é perfeitamente normal viver só. Se bem que eu ainda quero uma companhia pra vida toda.

— Caio Augusto Leite

Não te dizer o que penso, já é pensar em dizer.
— Los Hermanos

eunemteamo:

“Meu mal é gostar de pessoas que não entendem nada de amor.” Cazuza

“Meu mal é gostar de pessoas que não entendem nada de amor.” Cazuza