segunda-feira, 13 de junho de 2011

Estou num clima agradável. Sinto meu coração bater compassadamente, tenho no rosto aquele leve sorriso de canto de boca, olhos curiosos, apenas sentindo a leve brisa bater contra meu rosto. Nenhum empencilho me angustia, ou trava o coração. Na verdade, nem penso. Apenas sinto. Não há nada de mal pra sentir por hoje, só o sorriso de canto de boca. Ele basta. Aguardo. Sinto o que me for de fácil acesso e aguardo, grandes sorrisos ou lágrimas incessantes, ou um pouco dos dois. Sem pressentimentos, apenas aguardo. E sinto. São raríssimos os momentos em que o tédio não me incomoda. Apenas ouço as batidas, na porta, fraquinhas do tédio querendo compania. E eu respondo lá de dentro, com todas as janelas abertas, que hoje não, hoje é o meu dia de ficar sozinha e adorar isso. Mesmo que só dure algumas horas. É meu, e meu egoísmo não deixa eu dividir isso com ninguém. Continuo aguardando. Aguardo a chegada do coração meio louco pedindo morada. Ouço um barulho diferente e sei que ele chegou. Um dos donos do meu frenesi, dos meus pensamentos e loucura de grandes gargalhadas. E o tempo passa a ser imprevisível, passo a não ter a menor ideia do que sentirei, adoro essa aventura. Ele vai embora. O coração já meio louco, pira de vez. Não sabe se bate ou se pára, então faz os dois ao mesmo tempo, e fica aquela angústia gigante querendo ocupar todo o espaço do mundo. Ele foi embora, a saudade tá batendo na porta com tamanha força que só me resta abrir uma brecinha pra ela entrar, como se fosse suficiente... Ela, maior que tudo, empurra a porta devagarzinho, mostra aquele sorriso triste dizendo que vai doer, tenta entrar com calma, mas não resiste, quebra tudo, não resta nada, só eu num cantinho encolhida, e ela que me estende a mão, me abraça forte. Aguardamos. Agora não estou mais sozinha.

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